Sunday, April 30, 2006

Mais Boris Vian


No artigo dedicado à "Mitologia Vianesca", Pierre Baratay recupera as estruturas e imagens de mitos tradicionais como o de Édipo, o de Orfeu, o das Ménades - para apresentar a sua visão de alguns dos importantes romances de Boris Vian:
L'HERBE ROUGE ; L'ÉCUME DES JOURS; LE VOYEUR.
Outro estudioso, Noel Arnaud, também convida os colegas do COLLÈGE DE PATAPHYSIQUE a descobrir, em L'AUTOMNE à PÉQUIN, uma estrutura alquímica, pois entende que ali " o sol ocupa um lugar determinante", como na obra alquímica.É neste romance que Angel, que sofre um processo iniciático, dirá : " Mon système est trop parfait pour pouvouir jamais être réalisé: en outre, il est incommunicable."
Quanto às mulheres, nas obras citadas, são identificáveis aos quatro elementos, diz Baratay. Recorde-se o Imaginário da Matéria nas obras de G.Bachelard e a compreensão desta ideia será logo mais fácil.
Os processos do autor podem ser conscientes ou inconscientes, mas isso em nada altera o seu valor simbólico real.
Finalmente, como nos tratados de alquimia, Baratay descreve o "Bestiário Psicológico" que encontra nestas obras de Vian, sobretudo em L'Écume des Jours e L'Automne à Péquin; na primeira, as imagens nascem do mar, nota ele; na última nascem da terra; na primeira são imagens-peixe; na última, imagens-serpente. Mas todas correspondem a uma dinâmica oriunda das energias do inconsciente.
( OBLIQUES, pp. 183-197)

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